Enquanto Kant evoca o sublime como reação à imensidão da montanha ou do mar revolto, para Hegel, a ênfase está no incompatível e incomparável, na dissonância entre aparência e realidade: no fracasso. Essa falha se manifesta no sujeito como uma impossibilidade de perceber o que vem primeiro: a estrutura simbólica pré-definida - a expectativa do evento; ou o próprio evento avassalador. Nesse caso, o sublime se manifesta como a diferença entre eles, que deverá ser excluída para que ambos mantenham a congruência mútua. A experiência do sublime faz a mediação entre a interioridade indeterminada do sujeito e o objeto igualmente indeterminado que ameaça dominar o sujeito, revelando sua subjetividade mais profunda. Mas como, no limite, o sublime ainda está relacionado à representação do objeto pelo sujeito, o sublime pode ser definido como aquilo que na representação excede a possibilidade de representação. Caracteriza os casos extremos de busca da verdade condenada ao fracasso.